Em uma entrevista para a TIME, Jules B Kroll fez uma observação sobre a indústria em que foi pioneiro. As habilidades de um investigador, diz ele, “são como qualquer outra arma”. Eles podem ser usados para o bem, para o mal ou simplesmente para o lucro. Desde que fundou sua primeira empresa de investição em 1972, os clientes de Kroll incluem governos prejudicados e grandes corporações.
Suas façanhas tornaram-se como contos populares na indústria: como por exemplo a vez em que ele encontrou as contas bancárias secretas da KGB na Suíça, ou sua busca para rastrear a fortuna offshore de Saddam Hussein. Os alvos de Jules B kroll incluem políticos corruptos, oligarcas e, em pelo menos uma ocasião, uma vítima de agressão sexual.
A cobertura jornalística desses casos, o colocou no cânone dos detetives de celebridades, ao lado de Sherlock Holmes e Allan Pinkerton. A Newsweek se referiu à empresa de Jules B Kroll como “caçadores de bandidos”. Jules B Kroll evitou entrevistas nos últimos anos, em parte porque é conhecido pela discrição, mas também porque sua indústria ultimamente esteve envolvida em escândalos de maior repercussão do que a máfia.
A indústria tornou-se conhecida por usar as ferramentas modernas de espionagem — hackers, vigilância, infiltração, desvio de direção — de maneiras que conferem poder e impunidade aos ricos.
1. Sobre Jules B kroll
Jules B Kroll (nascido em 18 de maio de 1941) é um empresário americano cuja empresa, Kroll, Inc, é creditada com a fundação da moderna indústria de investigações corporativas em 1972. Jules B Kroll é casado com Lynn Korda(lynn kroll), que atuou como vice-presidente da UJA-Federation of New York . Eles têm dois filhos, Jeremy e o ator/comediante Nick Kroll , e duas filhas, Dana Kroll e Vanessa Kroll Bennett.
2. Kroll, Inc O negócio
Em 1968, Jules B Kroll trabalhou para a campanha presidencial de Robert F. Kennedy no Queens antes de se tornar um promotor público assistente em Manhattan. Quando seu pai adoeceu, Jules B Kroll tirou uma licença para administrar os negócios da família, que acabou se tornando uma introdução de três anos à corrupção nos negócios.
Com essa experiência em seu currículo, em 1972 Jules B kroll lançou a J. Kroll Associates, que acabou se transformando na Kroll, Inc. O negócio envolvia erradicar a corrupção em empresas que imprimiam muito, com a Kroll mantendo uma porcentagem das economias. Um acordo com a Marvel Comics provou ser tão lucrativo para ambos os lados que a Marvel passou a pagar um adiantamento.
3. Expansão da empresa
A Lei de Práticas de Corrupção no Exterior de 1977 gerou novas linhas de negócios em auditoria e compliance, então a Kroll abriu escritórios em Paris, Moscou, São Paulo, Tóquio, Cingapura e Manila.
O escritório também prestou serviços de risco político e proteção executiva no exterior. Wep Kroll fez uma incursão no setor bancário e de armazenamento e construiu uma reputação de perseguir crimes financeiros além das fronteiras internacionais, rastreando e recuperando ativos.
Os clientes incluíam escritórios de advocacia como Skadden, Arps e bancos de investimento como Drexel Burnham Lambert (que contratou a Kroll em 1982 para realizar a devida diligência em pessoas e empresas que estava subscrevendo).
4. História da Kroll
A Kroll foi fundada em 1972 por Jules B Kroll, para prestar consultoria anti-fraude e anti-corrupção a departamentos de compras de empresas privadas. Na década de 80, ganhou notoriedade nos mercados financeiro e de M & A devido à prestação de serviços de due diligence , ficando conhecida como o “olho privado de Wall Street”.
Mais tarde, a Kroll ganhou fama mundial pela busca dos ativos ocultos de Jean-Claude Duvalier, Ferdinand, Imelda Marcos e Saddam Hussein. Em 1993, a seguradora American International Group Inc., a A.I.G, “tornou-se um dos maiores investidores da Kroll, depois de manter uma participação minoritária na empresa.”
Em 1997, com receitas anuais de aproximadamente US $60 milhões, a Kroll fundiu-se com a empresa de blindagem automobilística O’Gara-Hess & Eisenhardt. A nova entidade, The Kroll-O’Gara Company, tornou-se uma empresa pública listada na NASDAQ como “KROG”.
Em 1998, a Kroll adquiriu a Schiff & Associates Inc., uma pequena firma de engenharia de segurança e consultoria com base em Bastrop,Texas. O nome mudou para Kroll Schiff & Associates, depois para Kroll Security Services Group e finalmente para Kroll Security Group.
Em 2001, a Kroll expandiu a parceria com a A.I.G, oferecendo, por meio do grupo Private Client, serviços de segurança pessoal. Ainda em 2002, a Kroll comprou a Ontrack, empresa especializada em gestão de informações, recuperação de dados e tecnologias legais, com “sistemas que podem escanear grades quantidades de informações.”
Em 2004, a Kroll foi adquirida pela seguradora Marsh & McLennan Companies (MMC) por US$1.9 bilhão. Nos anos seguintes, a Kroll passou a vender subsidiárias para se concentrar em suas principais linhas de negócios. Em 2008, Jules B. Kroll deixou a administração da Kroll, Inc. e tentou comprá-la de volta do MMC.
No ano seguinte, quando a tentativa falhou, Jules B Kroll lançou, junto com seu filho Jeremy, a empresa K2 Global Consulting, posteriormente renomeada de K2 Intelligence. Em 2011, Jules B Kroll e Jeremy Kroll criaram a empresa de avaliação de crédito Kroll Bond Ratings. Em 2010, a Kroll foi adquirida pela Altegrity, Inc., em uma transação avaliada em US$1,13 bilhão.
O grupo de empresas da Altegrity também incluía a USIS, empresa de background checks para o setor público, e a Explore, provedora de tecnologias de banco de dados e aplicativos de governo eletrônico. A Altegrity declarou falência em 2015 e, durante a reestruturação, mudou o nome para Corporate Risk Holdings, LLC. Além da Kroll, a Corporate Risk era acionista da HireRight (empresa de background checks para o setor privado) e da Kroll Ontrack.
Em outubro de 2016, o Carlyle Group, por meio da LDiscovery, adquiriu a Kroll Ontrack, em uma transação avaliada em US$410 milhões. Em junho de 2018, a Kroll foi adquirida pela Duff & Phelps. A nova empresa uniu os serviços de compliance, due diligence, investigações corporativas e cybersegurança da Kroll ao portfolio de corporate finance, valuation e M & A já oferecidos pela Duff & Phelps.
5. Casos Históricos
Logo após a saída de Jean-Claude Duvalier da presidência do Haiti em 1986, o Governo haitiano contratou um grupo de investigadores, entre eles Jules B Kroll, para ajudar a encontrar e recuperar a fortuna retirada por ele do Haiti. Foram rastreados pelo menos US$10 milhões em bancos suíços, além de propriedades na França, Monte Carlo e Nova Iorque, jóias e um apartamento estimado em US$2 milhões na Trump Tower.
Também em 1986, Ferdinando Marcos e sua esposa Imelda fugiram das Filipinas, após 21 anos no poder, levando 15 milhões de dólares em espécie e objetos. A Kroll foi contratada para descobrir estes bens e ativos. Foi descoberto que o bilionário saudita Adnan Khashoggi estava envolvido na ocultação de fundos do casal.
Em março de 1991, a empresa, contratada pelo governo do Kuwait, descobriu entre US$ 10 e 11 bilhões em contas e empresas de fachada que haviam sido saqueados do tesouro iraquiano por Saddam Hussein. O esquema envolvia também extorsão, uma vez que outros países do Golfo deveriam pagar “taxas de proteção” ao Iraque para que vendesse o petróleo bruto produzido por eles.
CPI do Esquema PC Farias no Brasil
Em 27 de maio de 1992, o Congresso Nacional Brasileiro instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias de que Paulo César Farias, seria o laranja do então Presidente da República, Fernando Collor de Mello.
Encol
Em 1999, a incorporadora e construtora Encol decretou falência, em meio a denúncias de formação de caixa dois, falsificação de livros de contabilidade e desvio de patrimônio. Estima-se que por volta de 42 mil famílias teriam investido nos empreendimentos da companhia e teriam tido seus recursos desviados por Pedro Paulo de Souza, então presidente da empresa, e por outros diretores da Encol.
Em meados de 2001, a Kroll foi contratada pelo síndico da massa falida da empresa, Sérvio Tulio Caetano da Costa, para encontrar evidências que pudessem comprovar as alegações das famílias. Após dois anos, a Kroll apresentou um relatório sobre o funcionamento de um esquema de caixa dois na Encol.
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