3 Fatos sobre Jerome Caminada

Já imaginou existir alguém que fosse conhecido como Sherlock Holmes da vida real? Pois bem é verdade e este homem existiu. Estamos falando de Jerome Caminada, um detetive britânico do século XIX. Então, neste artigo de hoje, vamos conhecer um pouco mais sobre sua história e trajetória de vida, contando desde seu início de vida até a sua carreira policial e morte.

Logo, se você gosta de ouvir sobre histórias de vida surpreendentes e conhecer as pessoas que inspiraram outras a serem melhores, você precisa ler sobre Jerome Caminada. Seus feitos, assim como seu trabalho serviram como grande inspiração para livros e histórias de detetives e cidadãos exemplares. Fique por aqui, para saber mais sobre ele.

Vida pessoal de Jerome Caminada

Jerome Caminada nasceu no ano de 1844, na era vitoriana, em uma localidade chamada Deansgate, Manchester. Esse local não tinha boa fama e era conhecido, infelizmente, pelo seu submundo: bordéis e casas públicas, bem como construções de baixa qualidade para as pessoas que trabalhavam nas fábricas. E além disso, Deansgate era o centro do crime de Manchester vitoriana. Só aqui, já dá para imaginar o tipo de ambiente em que Jerome cresceu.

Graças a algumas habilidades, mesmo sendo novo, Jerome começou a trabalhar na cidade como engenheiro e alguns anos mais tarde, quando completou 24, ele entrou para a força policial de Manchester City. Já em 1872, aos 28 anos, foi promovido a sargento. Logo após, seu superior o transferiu para uma divisão de detetives que havia sido formada a pouco tempo.

A divisão funcionava também em Manchester. A partir deste momento, Jerome construiu uma carreira como detetive que durou entre os anos de 1868 até 1899. Além disso, seu jeito peculiar de resolver mistérios conquistou o respeito e admiração de muitos colegas e profissionais que atuavam junto com ele e acredite se quiser, até os criminosos o respeitavam. Passou a ser conhecido como Detetive Jerome, já que seu sobrenome era um pouco difícil de pronunciar.

Carreira policial

As histórias envolvendo sua carreira como detetive são muitas e bem curiosas. Diz-se que em 1880 durante um baile de travestis, realizado em Hulme no Temperance Hall, uma batida policial, liderada por Jerome Caminada, conseguiu prender 47 suspeitos. Ainda dizem que metade destes suspeitos estavam vestidos com fantasias e a outra metade como travestis.

Essa situação ocorreu, pois os organizadores do evento haviam contratado um musicista cego, a fim de que a prostituição entre os homens não tivesse suspeitos para que não fossem denunciados. Mas a situação foi levada a julgamento, de forma pública, já que na era vitoriana era crime esse tipo de situação.

Então, para dar um desfecho a esse caso, o tribunal de magistrados decidiu, com base nas provas levantadas por Jerome Caminada, vincular todos os suspeitos e ainda impôs duas fianças para cada um deles no valor de 25 libras. Para época isto era bastante dinheiro.

Outros feitos de Jerome Caminada, no ano de 1888, fizeram com que ele fosse promovido novamente, desta vez como inspetor. Isso ocorreu, segundo registros, por conta de seu trabalho de patrulhamento. Ele foi o responsável por 1225 prisões de criminosos, além de conseguir fechar 400 casas públicas que aconteciam prostituição, tráfico dentre outros absurdos.

O detetive britânico era comumente ameaçado de morte, devido ao sucesso de seu trabalho. Por esse motivo, ele costumava carregar consigo um revólver Colt Lightning chegando a usá-lo em várias ocasiões. Seu trabalho, seu estilo de investigar e conseguir evidências o tornava um sujeito excêntrico para época e para os padrões “modernos” daquele tempo. Isso porque Jerome costumava usar disfarces com roupas e acessórios para conseguir aquilo que buscava: provas contra seus suspeitos.

Além disso, por ser um homem muito inteligente e sagaz, ele mantinha uma rede de informantes muito grande e eles tinham até local específico para se encontrar e trocar as informações coletadas. Os encontros aconteciam no banco de trás de uma igreja, Santa Maria. Era conhecido como jóia escondida. 

Não demorou muito para que Caminada fosse novamente promovido. Desta vez, a superintendente de detetive. Ele não teve uma carreira muito longa, mas foi marcada por muitos acontecimentos importantes e promoções. Mesmo se aposentando da vida pública em 1899, ele se tornou detetive particular, agente imobiliário e até conselheiro municipal por 3 anos.

Alguns anos mais tarde, em 1914, Jerome Caminada faleceu em casa. O motivo da sua morte foi registrado como um ferimento oriundo de um acidente de ônibus que havia sofrido em Gales. Seu corpo está enterrado em Manchester no cemitério do sul e costuma ser ponto turístico de visitantes, curiosos e fãs de histórias de detetive.

Curiosidades e inspiração

Que a história de Caminada é intrigante e ao mesmo tempo brilhante, não podemos negar. Mas existem algumas curiosidades envolvendo seu nome e a criação do personagem Sherlock Holmes. Embora o autor da história, Doyle, tenha afirmado que a inspiração para o personagem veio de um professor que ele teve na faculdade de medicina. Diz ele, que o homem era muito meticuloso e observador, conseguindo decifrar o que os pacientes falavam e sentiam apenas observando seus gestos.

Mas um fato curioso é que Jerome Caminada era muito bom com as questões de raciocínio lógico, além de ser versado em ciência forense, assumir seus disfarces com perfeição e ter muito conhecimento sobre os crimes que ocorriam naquela época. Talvez seja pelo fato de ter nascido no coração do crime, porém suas semelhanças com Holmes ficam ainda mais evidentes.

Ainda, algumas pesquisas sobre a biografia de Caminada revelam que ele e Holmes eram não somente parecidos nos métodos, como também em seu caráter astuto e meticuloso. Alguns apontamentos ainda sugerem que Doyle tenha usado acontecimentos da vida do detetive para escrever sua obra.

Não apenas isto, mas tanto Jerome Caminada, quanto a história de Sherlock Holmes, surgiram na mesma época, o que dá a entender que o autor tenha usado aspectos da vida real de Caminada para incorporar na sua obra. E então, o que você achou sobre a história desse detetive?