Chang Apana: Histórias de policiais e detetives sempre nos surpreendem, principalmente quando se trata de pessoas reais que presenciaram e fizeram parte de momentos heroicos combatendo a maldade e o crime para manter uma cidade segura. Estes serviram de inspiração para filmes, livros, séries e contos dos mais diversos tipos. Então, seguindo este fato, sobre o detetive que vamos falar neste artigo, faz-se um apontamento: a sua trajetória de vida é surpreendente e pode ser considerada um pouco cinematográfica, perigosa e até divertida.
Não é atoa que suas inúmeras façanhas fizeram fãs ao redor do mundo todo para contar suas histórias e em alguns casos, seguir seus passos. Neste artigo de hoje, vamos falar sobre um detetive legendário do ano de 1871. Seu nome é Chang Apana. Digno de filmes e revistas em quadrinhos, vamos conhecer um pouco sobre sua vida pessoal, carreira policial e demais inspirações que sua persona trouxe para escritores e amadores.
Então, se você se interessou, continue por aqui para acompanhar essa história e se surpreender com os fatos a seguir.
1. Vida pessoal de Chang Apana
Chang Apana nasceu em 26 de dezembro de 1871 em Waipio, Oahu, no reino Havaiano. Foi policial membro do sino-havaiano do DPH (Departamento de Polícia de Honolulu). Mais tarde se tornou detetive e foi então que seu trabalho inspirou o escritor Earl Derr Biggers a criar um personagem detetive chamado Charlie Chan.
Embora ele tenha nascido no Reino Havaiano, sua família era chinesa e quando Chang completou três anos voltaram todos para a China. Passado algum tempo, quando completou 10 anos, Chang voltou para a cidade onde nasceu, Waipio, para morar com seu tio.
Um fato curioso é que, por mais que Chang Apana fosse fluente em Cantonês, Havaiano e Pidgin havaiano, ele nunca aprendeu a ler. Então ele confiava em seus familiares que liam os documentos, jornais e as notícias para ele. Ele teve diversos tipos de trabalhos antes de ingressar na carreira policial, tendo sido até vaqueiro durante boa parte de sua adolescência. Por causa dessa ocupação, ele passou a carregar um chicote.
2. Carreira policial
A partir do ano de 1894, ele começou a trabalhar para uma sociedade local que era parte integrante da polícia havaiana. A sociedade se chamava Humane Society e foi fundada pela mesma proprietária dos cavalos que Chang cuidou quando adolescente.
Mas ele ingressou, de fato, na carreira policial no ano de 1898, e seu primeiro trabalho foi patrulhar Chinatown. Então ele foi mandado para lá. Durante seus primeiros anos na polícia, sua principal atividade era encontrar contrabando de ópio e jogos de azar. No ano de 1916 isso era bastante comum.
Ainda, por conta da sua influência em vários idiomas, mesmo não sabendo ler, ele tinha muita facilidade em se comunicar com informantes, tendo vários para executar os mais diversos trabalhos, colhendo todo o tipo de informação que o departamento de polícia precisava.
Era conhecido por ser meticuloso e astuto e sua inteligência o levou a resolver inúmeros casos. Quanto ao seu trabalho de reunir pessoas, ele conseguiu enviar um grupo de leprosos para uma colônia de tratamento na ilha de Molokai. E ainda correu perigo, pois um dos leprosos o atacou com uma foice, que lhe rendeu uma grande cicatriz no lado direito do rosto.
As histórias envolvendo Chang Apana são inúmeras, uma delas conta que ele foi atirado de uma janela do segundo andar por um grupo de drogados para saber se ele iria cair em pé. O homem ainda conseguiu ser atropelado por um cavalo e uma charrete após soar o alarme em um carregamento de contrabando de ópio. Cena digna de filme de Hollywood.
Lembra que comentamos que Chang passou a andar com um chicote graças ao seu trabalho como vaqueiro? Então, uma das histórias sobre ele conta que ele estava armado com seu chicote e conseguiu prender cerca de 40 jogadores e os fez irem marchando até a delegacia. Sensacional!
Chang Apana, infelizmente, se aposentou cedo, com 34 anos de serviços completados como detetive. Isso ocorreu em maio de 1932. Logo após foi ferido em um acidente de carro. Não tendo se recuperado totalmente, ele acabou indo trabalhar como vigia em um prédio do Hawaiian Trust.
Pouco tempo depois ele foi internado, dia 2 de dezembro de 1933 após uma doença séria e permaneceu assim durante um mês. No dia 7 de dezembro de 1933, sua perna teve uma gangrena e precisou ser amputada. Chang faleceu no dia seguinte e seu corpo foi enterrado no cemitério chinês de Manoa.
3. Inspirações
Como comentamos no início deste artigo, sua história de vida e trajetória policial serviu de inspiração para o autor Max Allan Collins que criou o personagem Charlie Chan. O autor buscou ser o mais verdadeiro possível em suas representações, levando o Caso Massie para a literatura. Caso, este que Chang foi detetive ativo como oficial de investigação na época. Mas não há relatos sobre isto, apenas o relatado na história de Max Collins.
Ainda, uma série de quadrinhos foi inspirada em Chang Apana. Usagi Yojimbo, as histórias se passam no século XVII e conta com personagens antropomórficos que sofrem com aparições de um personagem chamado Inspetor Ishida. Qualquer semelhança não é mera coincidência! O Inspetor Ishida possui as mesmas características de Chang Apana, bem como o mesmo modo de resolver os mistérios que assombram os quadrinhos japoneses.
No ano de 2011, o escritor Mike Curtis, escreveu uma série de quadrinhos para o jornal de Dick Tracy. O amigo de Tracy era um oficial do DHP Haku, totalmente inspirado em Chang Apana, era um consultor técnico em um filme e sendo filmado por causa de seu chicote de cobra negra. Olha a referência aí!
Ainda contamos com a refilmagem de Hawaii Five-o que em seu sétimo episódio deu destaque para Chang Apana, mostrando seus méritos nas resoluções dos casos. Então, esta foi um pouco da história dele, se você gostou de saber um pouco mais sobre o detetive Chang ou ainda pretende seguir carreira policial, lembre-se de se inspirar em pessoas que optaram por fazer aquilo que era certo.
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