“Momento decisivo para a polícia científica de São Paulo” – é assim que alguns pesquisadores definem a passagem do alemão Rodolphe Archibald Reiss (1975-1929) para a cidade de São Paulo no longínquo ano de 1913, em plena explosão demográfica. e o aumento da criminalidade que a cidade viveu no início do século XX. Além da formação em química, Reiss foi fotógrafo, psicólogo, criminologista e técnico policial, pioneiro no uso da fotografia em cenas de crimes. Suas habilidades investigativas lhe renderam o apelido de Sherlock Holmes alemão, uma referência ao personagem criado pelo autor britânico Arthur Conan Doyle (1859-1930) no século XIX. Assim como na ficção, Reiss sempre carregava um cachimbo e fazia análises detalhadas dos locais estudados, utilizando observação, dedução e raciocínio lógico para solucionar crimes.
Sherlock Holmes alemão
Justamente por esses motivos, no início de 1913, Rafael Sampaio Vidal, então secretário de Estado da Segurança Pública, convidou o criminalista alemão a permanecer em São Paulo. Assim, o governo de São Paulo pretende aprimorar o trabalho de suas forças de segurança e obter conhecimento para estruturar uma escola científica de polícia na capital.
A visita do “Sherlock Holmes Alemão” foi objeto de estudo da cientista social Regina de Sá, que escreveu sobre o assunto em “Fotografia Forense Sob Investigação e o Limiar da Polícia Científica de São Paulo, 1913-1924”. tese desenvolvida para seu doutorado na Universidade de São Paulo (USP), sob orientação do historiador e professor André Mota.
Em entrevista ao g1, Regina de Sá listou as principais contribuições de Reiss para a melhoria dos processos de investigação criminal no estado: Fotografia da cena do crime:
- Capture e preserve a cena que encontrar, prestando atenção a detalhes como perfurações, manchas de sangue e impressões digitais.
- Preservar a área – isolar o local para que quaisquer vestígios ou evidências existentes possam ser coletados sem alteração.
- Identificação de impressões digitais – a investigação de dados biométricos como fonte complementar à identificação de suspeitos, sendo mais fiável do que a simples utilização de fotografias para este fim.
Veja a matéria completa em ‘Sherlock Holmes’ em SP: como a visita de um alemão revolucionou as investigações criminais no estado em 1913 | São Paulo | G1 (globo.com)
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